21/101. Corpus Christi (2019)
Nota: ✝️✝️✝️✝️✝️
Dir.: Jan Komasa
O jovem infrator polonês Daniel ganha liberdade condicional e encontra nova vida na fé católica. Proibido de frequentar o Seminário, porém, ele abandona seu novo emprego e foge para se fazer de padre numa vila vizinha.
Pela maior parte do tempo, não fazemos a mínima ideia de para onde o filme vai, o que é muito do que o torna excepcional. Cada nova ação, cada passo de Daniel é uma surpresa que nos deixa vidrados, com o coração na mão, antecipando a sequência. As consequências com certeza vão chegar em algum momento… não vão? E quando chegarem, você não vai querer estar aqui pra ver. Ou vai?
A intensa performance de Bartosz Bielenia carrega uma força hipnótica, transitando entre o jovem frágil e perdido, e o verdadeiro líder espiritual da pequena comunidade. Idealista e impulsivo, muitas mudanças que ele instaura têm desdobramentos imprevisíveis. Mas, quando estamos com a congregação na missa, e acompanhando seu ministério nas ruas, não podemos evitar vibrar junto com os demais.
Corpus Christi nos leva numa tortuosa viagem pelas remotas paragens do cristianismo do leste europeu, e seus diferentes efeitos nas vidas de pessoas de diversas camadas sociais. Ao mesmo tempo, provoca reflexões sobre o sistema prisional, o estigma do ex-detento e a natureza e extensão daquilo que chamamos de liberdade.
Apesar de conseguirmos apontar claramente os crimes cometidos pelo protagonista, é muito difícil chegar ao final sem simpatizar com ele. Sem se perguntar: “O que Daniel fez de errado?” 🦉🐋
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