04/101. Pulse (Kairo, 2001)
Nota: 💾💾💾💾½
Dir.: Kiyoshi Kurosawa
Em inglês, há uma palavra sem equivalência no português: “eerie”. Diz-se de algo… estranho, de forma quase sobrenatural, embora não necessariamente; apenas assustador, inquietante, que paira na atmosfera.
Se algum filme merece tal adjetivo, esse filme é Pulse.
Com uma direção firme, paciente, e enquadramentos estáticos, típicos do j-horror dos anos 2000, Kiyoshi Kurosawa pode bem ter criado a masterpiece do subgênero. Não se pode dizer que o filme tem muito susto; mas medo, desconforto, desolação… isso temos aos montes.
Partindo de uma premissa obscura, o filme trabalha com as angústias das relações interpessoais no início da era da comunicação, quando ninguém sabia bem o que era a Internet. E que angústia! Que é construída do meio pro fim e se estica como um elástico que nunca vai romper.
Auxiliado por uma trilha sonora imersiva (e seminal para obras posteriores, notavelmente Silent Hill), o filme cava seu subconsciente a cada sequência, por mais longa que seja — e talvez por isso não agrade a todos.
Carrière, roteirista francês, disse que há filmes que já nascem mortos: pouco se comunicam com seu tempo. Exatos 20 anos após seu lançamento, porém, Pulse é atual e está vivíssimo, com todos os seus fantasmas.
E você? Deseja ver um fantasma de verdade? 🦉🐋
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